sábado, 6 de novembro de 2010

A paixão nos move, a saudade nos devolve

Fueron exactos 341 días viviendo en Costa Rica, un país antes totalmente desconocido, pero que después de este período aprendí a admirar y que me ha hecho mucha falta en mis primeros dias de Brasil. Playas paradisíacas, volcanes activos, temblores de tierra, gallo pinto, montañas por todos los lados, y sobretodo, personas super atenciosas y amigas, que hicieran con que mi experiencia al final de casi 1 año fuera simplesmente increíble y inolvidable.

Cuando llegué en tierras ticas en noviembre de 2009, confieso que tuve algunas dificuldades en adaptarme: la distancia entre los lugares y consecuentemente  entre las personas, el famoso “tico time” que torna los atrasos um fato natural en el dia a dia de los que viven por allá y la manera como yo extrañaba mi país en los fines de semana ya que en esta época yo no conocia tantas personas.

Pero no es que con el pasar del tiempo todo eso se tornó pequeño si comparado a un año tan intenso y com momentos tan especiais como los que vivi por allá?

En Costa Rica contruí uma família: Tiago, Hanae, Laurita, Celeste, Caio, Pablo y Anne, personas que coincidentemente aceptaran el mismo reto y que juntos, buscaran una oportunidad para que pudieran crecer  personal y profesionalmente. Nuestra relación fue más allá de la esfera profesional y se convirtió em uma amistad tan intensa que es difícil dejar de pensar en estas personas y en que estarán haciendo ahora. Formamos el equipo AIESEC en Novartis, fuímos reconocidos por eso y sabíamos aprovechar cada día de esta experiencia juntos, apoyandose uno en el outro mientras todo el tiempo. Com cada uno aprendí algo nuevo, you rock guys!

Además de estos, gané amigos de diversas partes del mundo, personas que se encontraran en Costa Rica por objetivos muchas veces distintos, pero que por alguna razón acabaran se conociendo y compartindo las diferencias. 

Profesionalmente yo dí um salto. Más que los conceptos, procesos y prácticas de marketing, yo tuve la suerte de convivir con algunos indivíduos que con mucha calma y dedicación invertiran gran parte de su tiempo a enseñarme, acompañarme y desarrollarme. Tuve la oportunidad de tener un jefe que en menos de 1 año tornóse un amigo y uma persona que admiro por el ser humano que es. Este mae hizo la diferencia em mi experiencia.

Aprendí a desfrutar el estilo Pura Vida de ser, a reír de los problemas y pensar en la solución de manera inmediata, aceptar y muchas veces practicar los atrasos que allá son comunes, comer arroz com frijoles en el desayuno cuando percibí que eso le da energia, interactuar con los impacientes choferes de los buses, escuchar los millares de pitos a las 7 de la mañana sin reclamar del ruído y apreciar la dimensión geográfica de un país donde es posible salir del Atlantico para el Pacifico en el mismo día en um par de horas.

Gané um hermano que sin pensar demasiado se apuntaba para los viajes para que conocieramos lo que antes nunca hubiéramos pensado. En menos de 1 año conocí a Guatemala, Cuba, México, Panamá y Nicarágua. El mundo se ha tornado cada día más pequeño y alcanzable.

A todos que hicieran parte de esta experiencia yo sólo tengo que agradecerles. Sin Duda estos meses lejos de mi casa serviran para que yo me conociera aún más, valorara algunas cosas que antes me parecian insignificantes, viera la vida por una perspectiva más positiva y aceptara la diferencia en sus diversos aspectos con mucho más facilidad.

Más que las fotografias se quedan las personas que hicieran parte de todo eso, es lo que llevamos de más valioso al final de cada experiencia y com esta no fue diferente. Termina aquí un ciclo para empezar outro que pronto se iniciará, será así siempre. Gracias por todo, nos vemos por el mundo!


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Foram exatos 341 dias vivendo na Costa Rica, um país antes totalmente desconhecido, mas que depois desse período aprendi a admirar e que tenho sentido muita falta nos meus primeiros dias de Brasil. Praias paradisíacas, vulcões ativos, tremores de terra, gallo pinto (arroz com feijão como café da manhã típico), montanhas por toda parte e, sobretudo, pessoas super atenciosas e amigas, que fizeram com que a minha experiência ao final deste quase 1 ano fosse simplesmente incrível e inesquecível.

Quando cheguei em terras ticas em novembro de 2009, confesso que tive algumas dificuldades em me adaptar: a distância entre os lugares e conseqüentemente entre as pessoas, o famoso “tico time” que torna os atrasos um fato natural no dia a dia de quem vive por ali e a saudade que batia nos fins de semana já que naquela época não conhecia muita gente.

Mas não é que com o passar do tempo tudo isso se tornou minúsculo perto de um ano tão intenso e com momentos tão especiais como os que eu vivi por lá?!

Na Costa Rica construí uma família. Tiago, Hanae, Laurita, Celeste, Caio, Pablo e Anne, pessoas que coincidentemente aceitaram o mesmo desafio e juntos se jogaram na oportunidade em busca de crescimento pessoal e profissional. Nossa relação extrapolou a esfera profissional e se transformou em uma amizade tão intensa que é difícil deixar de pensar nessas pessoas e no que estarão fazendo a partir de agora. Formamos a equipe AIESEC dentro da Novartis, fomos reconhecidos por isso e soubemos aproveitar cada dia dessa experiência juntos, apoiando-se um no outro todo o tempo. Com cada um aprendi algo novo, vocês são foda!

Além deles, ganhei amigos de diversas partes do mundo, pessoas que se encontraram na Costa Rica por objetivos muitas vezes distintos, mas que por alguma razão acabaram se conhecendo e compartilhando as diferenças.

Profissionalmente dei um salto. Mais do que os conceitos, processos e práticas de marketing eu tive a sorte de conviver com alguns indivíduos que com muita calma e dedicação investiram grande parte do seu tempo em me ensinar, me acompanhar e me desenvolver. Tive a oportunidade de ter um chefe que em menos de 1 ano se tornou um amigo e uma pessoa que admiro pelo ser humano que é. Esse cara fez a diferença na minha experiência.

Aprendi a desfrutar o estilo Pura Vida de ser, a rir dos problemas e pensar na solução de forma imediata, aceitar e muitas vezes praticar os atrasos que lá são comuns, comer arroz com feijão no café da manhã por perceber que aquilo te dá energia, interagir com os motoristas impacientes dos ônibus, escutar as milhares de buzinas ás 7 da manhã sem reclamar do barulho e apreciar a dimensão geográfica de um país em que é possível cruzar do Pacífico ao Atlântico no mesmo dia e em questão de horas.

Ganhei um irmão que sem pensar demais topava viajar e conhecer o que antes nunca havíamos pensado. Em menos de 1 ano fui a Cuba, Guatemala, México, Panamá e Nicarágua. O mundo tem se tornado cada vez menor e alcançável! 

A todos que fizeram parte dessa experiência só tenho que agradecer. Sem dúvida esses meses longe de casa serviram para que eu me conhecesse ainda mais, desse valor a coisas que antes pareciam insignificantes, enxergasse a vida por uma ótica mais positiva e aceitasse a diferença em seus diversos aspectos com muito mais facilidade.

Mais do que as fotografias ficam as pessoas que fizeram parte de tudo isso, é o que de mais valioso levamos ao final de cada experiência e com essa não foi diferente. Acaba aqui uma etapa para outra que em breve se inicia, será assim sempre! Gracias por todo, nos vemos por el mundo! 

domingo, 26 de setembro de 2010

O que dizer aos 10 meses?

(Novamente sem acentos...culpa do teclado espanhol).

Fazem dois meses que nao posto nada no meu blog. Esse foi o período mais longo sem atualizacoes desde quando o criei em 2008...faltou tempo, faltou assunto mas nada como uma noite de sábado em casa, sem nada o que fazer, para buscar inspiracao e fazer com que o aquiespuravida.blogspot.com volte a ativa!
Dia 21 de setembro completei 10 meses fora do Brasil e com isso, comecei a me perguntar o que ainda falta conhecer no país da Pura Vida e nos vizinhos da América Central antes de regresar ao Brasil em novembro!

Fazendo uma retrospectiva rápida, aproveitei intensamente esse período – Natal na Cidade do Panamá, Ano Novo em Bocas del Toro, Festival de Palmares, ¨Carnaval¨ em Puntarenas, Semana Santa em San Blás (Ah San Blás!!!), salto de bungee jumping em Naranjo (sim, eu pulei daquilo), vulcoes ativos (e inativos), águas termais em Arenal, fins de semana de praia em Montezuma, Jacó, Puerto Viejo, Conchal e Tamarindo, férias em Cuba, feriado em Nicarágua, Rafting no Rio Pacuare, Canopy em Monte Verde...apenas boas recordacoes e inúmeras histórias para contar!

Mas a pergunta agora é o que falta - e praticar esse exercício fez com que os meus fins de semana na Costa Rica virassem sinonimos de viagens. E nao é que brincando de google maps para ver alguns lugares interessantes por aqui, nos surge uma promocao daquelas que voce só acredita depois de comprar as passagens?! Nao é todo dia que vc tem a oportunidade de conhecer dois países por 300 dólares. Reservas efetuadas, contatos ativados, passagens emitidas. Checked! Por isso, preparem-se para o próximo post – dia 16 de outubro embarco para o México! Ficarei em Cancún uma semana e saindo de lá passarei mais 4 dias na Guatemala.
 Sei que alguns devem estar se perguntando: ¨Mas como um trainee da AIESEC consegue fazer tantas viagens?¨ Esse é o ponto: ser trainee da AIESEC dispensa reservas em hotéis, afinal os seus amigos estao espalhados por todo o mundo!
Sem muitos detalhes do que nos espera, prometo que em breve terei muitas histórias interessantes e de volta a inspiracao necessária para atualizar com mais frequencia o blog.
Saludos a todos!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

8 meses no país da ¨Pura Vida¨

(Sem acentos já que o teclado español nao permite)

Alguns dias atrás recebi uma mensagem de uma grande amiga. Ela foi uma das responsáveis pela minha entrada na AIESEC BH, antecedeu minha gestao na diretoria nacional da mesma organizacao em Sao Paulo, mudou-se para a Libia por uma oportunidade profissional que surgiu e agora foi se aventurar em Sao Luis do Maranhao pela mesma empresa que atuou na África.


Eu havia comentado com ela que os 8 meses na Costa Rica estavam um pouco complicados –saudade gigante da família e dos amigos, inseguranca em relacao ao futuro profissional, confuso com alguns sentimentos, enfim...resolvi me desabafar um pouco. A resposta dela foi simples e me fez refletir: ¨Olhe sempre para frente, mas nao se esqueca de dar uma olhada no retrovisor para ver o que passou¨.


Olhar para o retrovisor significou para mim naquele momento uma avaliacao sobre todas as oportunidades que me surgiram nos últimos anos, os principais erros, os principais pontos de aprendizado e sobretudo, como tudo isso contribuiu para a minha personalidade.


Fiquei feliz ao olhar para trás! Feliz por perceber a quantidade de pessoas que conheci e os amigos, sinceros, que tenho cultivado com o passar dos anos. Por ter aberto as portas do mundo e me jogado sem medo, sem arrependimento. Por ter feito parte de equipes com pessoas que me desafiaram e com isso, me fizeram acreditar que um passo maior que o já dado anteriormente é possível, e necessário. Por, mesmo que muitas vezes sozinho, ter acreditado e apostado nas minhas conviccoes e vontades, algumas que inicialmente pareciam loucuras mas que no final se convertiram em conquitas únicas. E finalmente feliz por ter mudado vidas, por ter contribuído direta ou indiretamente para que muitas outras pessoas pudessem viver oportunidades tao ricas e intensas como algumas das que eu pude viver.


Olhar para trás me fez bem e me trouxe o animo que faltava para encarar o tempo que aqui me falta, com uma perspectiva otimista e promissora. E nessa parte entra outra figura importante em minha vida. Figura porque ela consegue ser única em muitos sentidos e naqueles dias em que bate a vontade de chutar o balde ela aparece para te fazer gargalhar dos problemas, e com isso seguir. Amiga de faculdade, amiga prá vida.


No dia do meu aniversário abri meu email e lá estava sua mensagem: ¨Feliz Cumpleaños¨. Tratei logo de colocar uma música alto astral pois ja imaginava que as palavras que iria encontrar ali me fariam sentir falta de estar com algumas pessoas naquela data. E assim foi:

¨A mudanca é sempre uma coisa boa, faz elevar a alma, seja a experiencia aparentemente ruim ou ruim de verdade, mas tudo o que muda, ensina.


Aos 8 meses longe do Brasil, surfando nas ondas do intercambio, vejo que sim, a mudanca faz bem. E é dessa forma que quero olhar para frente e aproveitar os 4 meses que me faltam antes de regressar. E quando voltar e olhar para o retrovisor mais uma vez, estarei feliz por ter feito novos amigos, conhecido lugares antes nunca imaginados, aprendido com os erros - mesmo que alguns se repitam e ter persistido por saber que esse é mesmo um passo maior que o anterior e que me levará...mais longe.


E será assim com toda e qualquer experiencia. Como disse Lispector: ¨O mais importante é a mudanca, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto nao muda¨.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cuba: um mergulho no passado para entender o presente



(Tiago) - ¨Marcelinho, encontrei uma promoção para Cuba por 180 dólares + 6000 milhas ida e volta. Temos que sair do país por causa do visto, que tu acha?¨
(Marcelinho) - ¨Cara eu animo. Nunca havia pensado em Cuba antes e confesso que não sei muito bem o que esperar, mas...porque não?!¨

Assim começamos a planejar um dos destinos mais inusitados que conheci até hoje. Sem dúvida, valeu a pena mergulhar de cabeça nessa cultura marcada por uma história de revolução socialista que está estampada no rosto dos cubanos e é narrada com detalhes por cada um deles. É um pouco dessa história que quero deixar registrado aqui no blog.

San José - Havana

Saímos de San José na quarta feira, dia 30, com destino a Havana, capital do país. Logo no aeroporto conhecemos uma brasileira e uma argentina que iriam a Cuba por trabalho, representando uma empresa de Santa Catarina. Trocamos telefones e combinamos de nos encontrar em Havana na sexta para ver o jogo do Brasil juntos. Mal sabíamos qual seria o resultado final...

Depois de duas horas bem tranquilas de vôo, chegamos bem em Havana e ao sair do avião já era possível sentir o calor e a umidade da ilha que sem exagero, parece uma sauna durante as 24 horas do dia. Antes de pegar um táxi até a casa que tínhamos reservado, tivemos que trocar euros por moeda local, ou melhor CUCs. A moeda de Cuba vale um tópico a parte!



Pesos Cubanos x Pesos Convertibles (CUCs)

Cuba tem duas moedas que circulam. Uma é chamada de Pesos Cubanos (MN) e é de uso exclusivo dos nativos. Por causa do regime socialista essa moeda não é aceita em todos os lugares e serve basicamente para que a população cubana tenha acesso ao que podem consumir de acordo com o que ganham.
A outra se chama Pesos Convertibles (CUCs) e é destinada aos estrangeiros que chegam no país, sendo que esta é a moeda que circula em restaurantes, baladas, hotéis, excursões turísticas, teatros, enfim...tudo aquilo que o cubano é de certa forma privado de desfrutar por não ganhar um salário que lhe permita.

 
Um exemplo interessante que eu presenciei e ilustra bem a divisão das moedas foi na sorveteria nais famosa de Havana, a Copélia. O lugar tem dois ambientes sendo que um é um trailler destinado aos estrangeiros. Aí se paga con CUCs para escolher um dos sabores da marca Copélia. No outro ambiente, bem maior e com uma fila que dava a volta na praça, fica o serviço destinado aos cubanos. Neste caso eles pagam com Pesos Cubanos e a sorveteria criou uma segunda linha da marca com valor inferior para atender a população local.

Se voce for a Cuba, te aconselho levar euros e trocá-los por CUCs no aeroporto de Havana. Por causa do embargo econômico que foi determinado pelos Estados Unidos (sansões são aplicadas ao países que comercializam com a Ilha) nenhum lugar aceita dólares e para trocá-los em um banco ou casa de câmbio é descontada uma taxa absurda de 10% sobre o valor.

(1CUC – USD1,20 = 24MN)


Mi casa es su casa

No nosso caso, fomos a Cuba com um orçamento modesto, nada de hotéis luxuosos e a opção que melhor encontramos foi ficar hospedados em uma casa de família cubana. As casas particulares como são chamadas, têm autorização do governo para receber estrangeiros e são identificadas com um selo na porta que garante a legalidade daquele local para receber o turista.

A gente tinha efetuado a reserva via Trip Advisor mas nos decepcionamos ao chegar no localque era bem diferente das fotografías que havíamos recebido por email. Lugar velho, escuro, vizinhanca estranha, enfim...tivemos que sair em busca de outra opcao e por sorte o Tiago se lembrava de uma outra casa que vimos antes pela internet. Mesmo estando lotada, a proprietária nos indicou uma outra e conseguimos um lugar bem tranquilo para ficar - a casa do Roberto e da Soraya.

Nesta casa, além do casal que dá nome ao lugar, vive também uma senhora viúva obsecada por carros e um senhor que mesmo hospedado 6 dias por lá, não consegui entender quem é e nem o que faz. As instalações eram boas - quarto com ar condicionado (caso contrário é impossível ficar em Havana) e banheiro privado, boa localização no centro histórico da cidade, preço acessível e muita hospitalidade por parte dos moradores da casa. Algumas horas, até demais já que se preocupavam conosco como se fossemos crianças viajando sozinhas. Anyway, recomendo o lugar e acho uma experiencia interessante para quem quer estar em contato com a cultura local.

 
La Habana Vieja

 
A parte histórica de Cuba é bem agradável e foi lá que ficamos hospedados. Um mix de casebres antigos com outros restaurados pelo governo há pouco tempo, dão ao lugar um clima parecido com as cidades históricas de Minas Gerais, porém, com um calor e uma umidade fora do normal.


As ruas estao sempre lotadas de turistas até as duas da manhã, quando fecham os pontos comerciais da regiao. Vale a pena entrar nas galerias de arte e nas lojinhas de souvenirs que estão por toda parte. Negocie que o preço vai baixar ou vc vai ganhar algo de brinde!




Não deixe de conhecer os restaurantes da Calle Obispo – comida boa a preço acessível - visitar a feirinha de artesanato, tomar um mojito na Bodeguita del Medio, um daiquiri no La Floridita ou um chopp na Taberna de la Muralla na Plaza Vieja. Em qualquer um destes lugares, a salsa vai estar presente ao vivo a qualquer hora do dia!



Chicas, muchachas! Quieres?

 
A prostituição em Cuba é explícita em toda e qualquer parte. Caminhando pelas ruas, visitando algum hotel, tomando uma nos bares ou bailando salsa. Certamente você será abordado por uma delas em Havana.

Em uma das noites que saímos fomos a uma casa de salsa com banda a o vivo. Não demorou muito para que elas viessem em grupo conversar conosco. Com dois amigos rolou a proposta inicial por aproximadamente 100 CUCs. Depois de uma conversa o preço baixou para 80 e a última foi algo do tipo: ¨Nós 3 e vocês dois por 80 cada¨!
Outa cena inusitada foi quando dividimos um taxi com dois espanhóis na saída do Forte de Havana. Conversando com eles nos contaram que antes estavam em dúvida sobre ir a Cuba ou Brasil. Um deles nos disse que quando estavam em Madrid no aeroporto encontraram várias brasileiras, todas ¨guapas¨ e que pensou se estaria fazendo a coisa certa ao escolher Cuba como destino.

- ¨Yo le dije que en Brasil hay mujeres muy guapas¨, disse um dos espanhóis.
- ¨Pero en Cuba también hay. Las cubanas son muy guapas¨, completou o outro.
- ¨Sí, y no son tan caras¨! Soltou o taxista que até então não tinha falado nada conosco. Simples assim!

Eu realmente fiquei curioso em saber a porcentagem de mulheres que se sujeitam a prostituição no país. Não encontrei o dado, mas percebe-.se que é mais uma alternativa encontrada por muitas para se sustentar ali.

Caribe, não tem como se decepcionar

Mesmo que vc vá a Cuba por poucos dias, vale a pena passar pelas praias do país. No nosso caso, conhecemos Varadero, paraíso para os turistas que ali desfrutam as mordomias dos sistemas all inclusive e Playa del Este. Caribe, água azul turquesa, areia branca e para completar, um mojito gelado para refrescar um pouco a alta temperatura sempre constante no país.


O socialismo na cara e nos costumes do povo

Cuba é um dos poucos países no mundo que mantém um regime socialista. Desde 1959 quando ocorreu a Revolucao Cubana comandada por Fidel Castro e outros revolucionários como Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raúl Castro, o país vive uma forma de governo em que a propriedade dos meios de produção é estatal e, supostamente, nao há predomínio de uma classe sobre outra.

Saindo da teoria para a prática, nos 6 dias em que estivemos por lá tentamos entender como o socialismo constitui o modo de vida da população – seus hábitos, costumes, cultura e história. A realidade cubana é triste, miserável para quem nasce ali. Imaginem que o salário médio é de 15 dólares por mês, eles ganham uma cesta básica do governo com o mínimo que necesitam para sobreviver e não são permitidos sair do país sem autorização.



Perguntamos a alguns:

- ¨Mas vcs conseguem sobreviver com 15 dólares mensais?¨
- ¨Não. Temos que dar nosso jeito¨.

Dar o nosso jeito significa arrumar fontes alternativas de renda, já que um barman no país pode ganhar mais que um engenheiro. Para fazer uma grana a mais no fim do mês, eles transformam suas casas em pousadas e restaurantes, seus carros viram taxis muitas vezes clandestinos e usam a música como instrumento de trabalho. Para algumas dessas atividades o cubano é obrigado a pagar uma taxa ao governo de aproximadamente 300 CUCs por mês, como o caso das casas particulares. Em Cuba é bem difícil conseguir o pão de cada dia!



Por esses e outros motivos o turista é visto como aprincipal fonte de renda para os cubanos. Ao caminhar pela rua eles te param para oferecer, nesta ordem, charutos, chicas (prostitutas), marijuana ou cocaína. Outro fato comum é ser interceptado para que eles possam te pedir suas coisas pessoais: camisas, tênis, sabonetes, bonés, enfim...situação compreensível depois que vc entende como funciona exatamente o modo de vida determinado por Fidel desde 59. Críticas a parte, Fidel é o cara para os cubanos e mesmo com todos os problemas o país tem um sistema educacional e de saúde que é referencia mundial.

O regime socialista aplicado em Cuba, ao contrário do que foi idealizado por Marx no século XVIII, não permite que o país progrida e contraditoriamente, é o capitalismo, representado pelos milhares de turistas que visitam o país, que garante a manutenção da ilha do Sr. Fidel. Este já está com seus 84 anos e não vai demorar bater na porta de São Pedro. Vale a pena visitar o país antes que isso aconteça, afinal, o que foi implementado e mantido por ele com tanto rigor, pode estar com seus anos contados.




Outras dicas e curiosidades

Outros lugares para visitar:
- Fábrica de charutos Partagas
- Museo del Rom (Havana Club)
- Museo de la Revolución
- Malecón
- Cerimonia cañonazo no Forte de Havana

Em Cuba alguns ônibus têm duas filas: uma para as pessoas que querem ir de pé e outra para os que querem ir sentados. O cômico é que ambos pagam o mesmo valor!
Vale a pena un tour no bus de dois andares que circula pela cidade.
Cartões de crédito são pouco aceitos na ilha. E preparem o bolos, turismo em Cuba é caro.
A novela A Favorita da Rede Globo está sendo transmitida em Cuba e é sucesso nacional.

sábado, 26 de junho de 2010

Uma Copa bem longe de casa


Há uma semana começou a Copa do Mundo na África do Sul e essa tem sido bem diferente de todas as outras Copas que assisti pela TV (a primeira que me lembro bem foi a de 94) com a família e os amigos em território brasileiro. E são muitos os motivos que a fazem diferente!


Estou morando na Costa Rica, um país que reúne milhares de fanáticos pelo futebol mas que nessa Copa teve a infelicidade de ser eliminado nas eliminatórias pelo Uruguay. Isso faz com que o clima seja menos festivo, afinal, o “time da casa” não está presente no grande evento.


Mesmo assim, a população se divide e apóia outras equipes: Brasil, Argentina e Espanha são as mais cotadas. Alguns vão também com Alemanha e outros com a Italia, mas essas duas são escolhas de uma pequena porcentagem. É engraçado conversar com os ticos e perguntar: “¿E usted, con quién va en el Mundial?” E para a nossa alegria muitos abrem um sorriso e nos respondem empolgados: “¡Yo voy con Brasil mae!”


Aqui, as ruas não estão enfeitadas de verde e amarelo, a cerveja não está estupidamente gelada e redonda nos bares que recebem reservas com 1 mês de antecedência, não rola trânsito antes do jogo e nem buzinas e carnaval depois. E, por incrível que pareça, até o Galvão Bueno com o seu famoso “Haja Coracao” faz falta nessas horas...(#calabocagalvao tb chegou por aqui).


Por estas e muitas outras razões que fazem do Brasil um lugar especial para assistir um Mundial (e imaginem em 2014!!!) ficamos nos perguntando como seria essa Copa longe de casa.


Na Novartis somos três brasileiros – eu, o Tiago, de Curitiba e o Caio, de São Paulo. Todos os jogos durante a semana coincidem com o nosso horário de trabalho, alguns às 8:00 e outros às 12:30. A solução foi AVISAR aos chefes que durante os jogos do Brasil estaremos concentrados na TV e o local encontrado foi a cozinha da empresa onde tem uma TV de 29 polegadas para a nossa alegria.


Não precisamos de muito esforço para mobilizar as pessoas que trabalham conosco para torcerem com a gente. A maioria delas está com o Brasil e muitos vieram de verde e amarelo no jogo de estréia. A gente levou camisa e bandeira para se sentir em casa nos 90 minutos contra a Coréia. E fizemos barulho...


No jogo contra a Costa do Marfim, no domingo, nos unimos à comunidade brasileira que vive por aqui. O Consulado do Brasil, junto com o Centro de Estudos Brasileiros, convidaram a todos para um clube onde haviam telões e algumas dezenas de brasileiros que, assim como nós, vieram parar na Costa Rica por algum motivo. Cerveja tica, canal tico, comida tica...mas com a mesma paixão que faz qualquer brasileiro largar o que quer que esteja fazendo para acompanhar a seleção!





E assim prometem ser os próximos jogos até terminar a Copa, com excessão da primeira semana de julho, quando estarei em Cuba. Não tenho a mínima noção de como será Copa por lá... Mandarei notícias da terra do Fidel, em breve! Saludos e que venha o hexa prá gente!


domingo, 30 de maio de 2010

Costa Rica Radical


Há duas semanas, recebemos visitantes ilustres aqui na Costa Rica: Cintia, Breno e Eduardo vieram do Panamá de férias, sendo que o último veio em clima de despedida já que na próxima semana inicia sua aventura de 111 dias pela América Latina.

Eles chegaram por aqui no sábado a tarde e até aí, nenhum roteiro estava definido, mas uma coisa era certa (ou quase certa): iríamos saltar do maior bungee jumping da América Latina no domingo seguinte.

Sábado tranqüilo, brasileiros reunidos, começamos a vaquinha para um strogonoff e claro, cervejas. Lotamos a nevera como dizem por aqui. Pura Vida! Entre vacilos na cozinha, risadas, cochilos, fotografias e vídeos (Hey Apple!), saímos a noite para um bar libanês e terminamos na casa de uns poloneses que assim como nós estão de passagem pela Costa Rica.

O bungee estava agendado para as 11 da manhã. Todos acordados, café da manhã leve para não pesar o estômago e um mix de medo e empolgação que só foi se definir mais tarde. Saímos em um grupo de 7 pessoas – cinco brasileiros, uma guatemalteca e uma canadense – rumo ao Tropical Bungee, uma ponte metálica de 80 metros de altura sobre o Rio Colorado, cerca de 1 hora de San José.




Antes de chegar na ponte, passamos pelo check-in. Começou o frio na barriga ao assinar o termo de compromisso e pagar os 55 dólares que incluía o salto, transporte, um DVD e o melhor – um certificado de coragem haha! Ok com todos os procedimentos formais, continuamos o percurso e ao ver a tal da ponte, o mix de medo e empolgação se converteu em medo puro, cagaço prá ser mais honesto. 





“Vamos, vamos rápido porque temos outro grupo que virá”, diziam os guias. E a pergunta que todos faziam era: quem vai ser o primeiro louco a se jogar disso aí? Não precisamos pensar muito. O Eduardo havia sido o único “corajoso” a pagar dois saltos de uma vez e, além disso, era sua despedida, portanto, dale Eduardo. 


Troca de roupa, faz o sinal da cruz, grava depoimento para ter como recordação.pisa na plataforma e caminha (com dificuldade) até o abismo. 5, 4, 3, 2, 1...e meu amigo desaparece pendurado pela corda que nesse momento, passa a ser sua única e melhor amiga. Muito bem! E essa seqüência se repetiu até chegar a minha vez.



Ao subir naquela plataforma minhas pernas já não me obedeciam mais, tremiam mais que em meu primeiro exame de auto-escola. Pensei 3 vezes em não saltar, voltar atrás e pedir o reembolso de 50% do valor pago. Mas como dizem por aí, se está no inferno abraça o capeta e a contagem regressiva por parte dos amigos me ajudou a fazer a maior loucura que já cometi até hoje. Fui! 












A sensação é indescritível, tudo muito rápido e intenso, mistura de medo e liberdade, cabeça um pouco tonta e vontade de pisar em solo firme. Valeu a pena a experiência e sem dúvida ficará na nossa memória como “histórias que contarei aos netos”. A vida é tão breve que vale a pena um pouco de loucura! Outras virão...

Confira aqui os nossos saltos, vale a pena:





segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uma carga a mais de energia


Esse último fim de semana terminou com uma mistura de sensações: cansaço e exaustão por ter trabalhado sábado e domingo e dormido pouco mais de 4 horas e ao mesmo tempo, energia totalmente renovada por ter trabalhado com algo que me dá muito prazer e satisfação. 


Para aqueles que fazem ou fizeram parte da AIESEC, já sabem muito bem que mistura é essa. Esse fim de semana tive a oportunidade de ser facilitador em uma conferência organizada por um dos escritórios dessa organização aqui na Costa Rica. Confesso que quando recebi o convite, fiquei pensando se seria uma boa opção já que ultimamente o trabalho tem exigido bastante dedicação. Mas não precisei muito tempo para dizer sim e começar a correria – construção de agenda, alinhamento com outros facilitadores, busca e criação de conteúdo, pre meeting, roll call – percebi que sentia falta desse ambiente que por quatro anos estive presente e que me faz tão bem.


Dessa vez foi uma experiência distinta das demais que tinha vivido anteriormente já que era uma agenda especialmente construída para os estudantes que irão, pela AIESEC, realizar um intercambio profissional em outro país. A idéia era levar a minha perspectiva como intercambista já que estou há cinco meses por aqui. Mais que isso, inspirá-los a buscar experiências diferenciadas e atuar como agentes de mudança na sociedade. Nada complexo, atitudes simples, mas que poderão influenciar os que estão ao redor e dessa forma gerar mudança positiva. Pelos feedbacks recebidos acho que atingi o objetivo!


Fora todo o conteúdo das sessões, tive o prazer de integrar um time com pessoas da Costa Rica, Panamá, Polônia, Venezuela e Brasil. Diversidade de idéias, pensamentos, modos de agir, mas que se convergiam na vontade de fazer uma conferencia inesquecível para os estudantes que tinham acabado de entrar na organização. E claro, diversão garantida em 100% do tempo, muitas risadas, histórias para contar, festas, drink games e pessoas que entraram para a minha lista de amigos pelo mundo!


Começo a semana bem, com a energia recarregada e a sensação de ter contribuído para que outras pessoas tenham a mesma oportunidade que estou tendo por aqui. E já penso nas próximas interações que terei com a organização. Gracias AIESEC por mais essa, já sentia falta!

sábado, 10 de abril de 2010

San Blas - Descrevendo o indescritível


Hoje faz cinco dias que cheguei do Panamá, uma viagem que começou a ser planejada de forma tímida, com poucas pessoas envolvidas, poucos destinos no roteiro, mas que com o tempo foi se tornando algo bem maior do que esperávamos. Aqui na Costa Rica lançamos a idéia de sair do país no nosso grupo de emails que reúnem os trainees e alguns membros da AIESEC, afinal, era feriado de semana santa e porque não conhecer outro país sendo que podemos fazer isso por 80 dólares aqui na América Central. 


Ao mesmo tempo, nossos amigos que vivem na Cidade do Panamá movimentaram as pessoas que conhecem por lá, trocaram emails, posts no facebook, twitter e a galera foi se animando. 


O motivo da animação tinha um nome: San Blás. Acredito que poucos que acompanham meu blog devem ter ouvido falar nesse lugar, com exceção dos que vivem ou passaram por aqui. Informações na internet são raríssimas, fazer contato por lá exige muita paciência, chegar até lá não é fácil e mais difícil ainda é acreditar que lugares como este existem para o privilégio daqueles que têm a oportunidade de conhecer.


Antes dos detalhes, vale a pena contar como foi para chegar até o Panamá! 

Supostamente havíamos comprado nossa passagem para sair da Costa Rica numa sexta feira a noite, eu e o Tiago que mora comigo, de busão. Supostamente, porque ao chegar ao terminal descobrimos que a tal passagem havia sido emitida para a noite seguinte. Agora imaginem a cena: mochilão nas costas, travesseiro nas mãos, água comprada, pessoas esperando no Panamá... Não íamos desistir tão fácil assim! Fomos ao caixa, conversamos com a atendente e gentilmente (o que é raro por aqui, pois a qualidade do serviço não é das melhores) ela nos pediu que esperássemos até o horário de embarque, pois poderia haver alguma desistência. E não é que ela estava certa! Na hora do busão sair, ela veio em nossa direção avisar que tinham exatamente dois lugares. Nem perguntamos detalhes, corremos para despachar a bagagem e partimos em direção à Cidade do Panamá durante 14 horas de viagem.


Na capital do país, encontramos a Julie, americana e o Adam, polonês – ambos vivem aqui na CR e tinham ido dois dias antes. Reencontramos também a Cintia, Breno e Eduardo, brasileiros que assim como eu fazem seu intercâmbio no Panamá. E durante os quatro dias que ficamos por lá antes de partir para San Blás foram chegando mais e mais pessoas, sendo que no final da história o nosso grupo tinha 24 pessoas, 9 nacionalidades (Brasil, Guatemala, Colômbia, EUA, Porto Rico, Cosa Rica, Panamá, Polônia e Coréia) e 16 litros de rum panamenho para uma aventura de 3 dias!


E aí começa uma das melhores experiências que tive nessas minhas idas e vindas por esse mundo tão gigante, mas que aos poucos tem se tornado “pequeno” diante dos meus olhos. 


San Blás é um arquipélago situado na costa atlântica do Panamá. A região tem uma área de 3.206 Km² e mais de 365 ilhas, 36 delas habitadas. Para aqueles que vivem a vida de mochila nas costas, isso significa que lá vc pode conhecer uma ilha por dia durante o ano e ainda sobram opções para o próximo!




Oicialmente é conhecida como a Comarca de Kuna Yala – o nome está relacionado aos guardiões do território, como são chamados os índios da tribo Kuna. Eles são mais de 35.000, a maioria espalhados nas ilhas de San Blas, outros na reserva de Madugandi e uma pequena porcentagem na capital do país. Kuna Yala na linguagem dos índios quer dizer “Terra Kuna” e todo o território é administrado por eles com um sistema político super organizado e considerado o mais avançado de todo o continente americano. O governo panamenho pode sugerir mudanças, mas elas são implementadas ou não de acordo com a vontade dos Kuna. 



A região também faz parte do Corredor Biológico Mesoamericano, que contém vários ecossistemas marinhos, costeiros e terrestres vulneráveis e uma abundante diversidade biológica.


Para chegar até lá, saímos da Cidade do Panamá de madrugada e viajamos cerca de 3 horas, sendo duas delas em um carro 4X4 que atravessa um rio e desdobra montanhas de barro com paredões de quase 90 graus. Depois disso, já recepcionados pelos Kuna, tomamos um barco por uns 40 minutos até chegar à ilha em que nos hospedaríamos. 


Durante todo o percurso a visão já era inacreditável, daquelas que eu só tinha visto em filmes como “A Praia” com Leonardo di Caprio ou “Náufrago” com Tom Hanks. Quando chegamos à ilha eu fiquei refletindo alguns minutos sobre a oportunidade que estava tendo de conhecer tudo aquilo, agradeci a Deus todos os dias, por cada minuto – Mar do Caribe, areia fina e branca, água com tons de azul turquesa e verde esmeralda que se mesclam com a parte escura do oceano, palmeiras por todas as partes, piscinas naturais rodeadas de corais, passeios de barco, noites de reggae regadas a rum– e tudo isso na companhia de pessoas que fizeram o lugar se tornar ainda mais agradável.




Sem dúvida, um dos lugares mais bonitos do planeta e que ainda mantém sua história e sua tradição através dos costumes Kuna. Muitos deles, sobretudo as mulheres, ainda se vestem como seus ancestrais e elas se dedicam à confecção das “molas” (roupas na linguagem Kuna), pedaços de panos multicoloridos bordados e costurados a mão com símbolos que fazem parte dos costumes nativos. 




Na ilha em que ficamos as refeições eram anunciadas por um índio que com a boca em uma concha fazia um som de sirene e nos avisava que era hora de comer; as habitações eram ocas feitas das palhas das palmeiras, o banheiro ecológico (esse precisa ser melhorado) e tudo o que consumíamos era anotado pelo Sr. Pablo ou pelo Sr. Franklin, ambos de uns 75 anos e com uma simpatia extrema, fortes e alegres mesmo com o passar dos anos e com as dificuldades que o seu povo já enfrentou. Bastava anotar o nome na folha e no final ele somava os “pauzinhos” marcados ali, na base da pura e simples confiança mútua, algo raro, mas ainda existente em poucos lugares. 






Em três dias e meio de camping que fiquei por lá, consumi 25 latinhas de cervejas e refrigerantes, tive café da manhã, almoço e jantar (com peixe fresco) e a oportunidade de vivenciar um pouco dos costumes locais em um lugar paradisíaco - tudo isso por 35 dólares. Ah Marcelinho, vc está de brincadeira? Foi a mesma pergunta que eu fiz aos índios haha! E ainda tentei argumentar: “Mas a gente comeu, bebeu, dormiu três dias, têm certeza que são 35 dólares? Acho que não!”. Mas esse foi o total da conta paga. Inacreditável!


Antes de terminar, uma definição de San Blas que eu tive que copiar do site Mochileiros.com, pois descreve com quase exatidão o que vi nesse feriado. Quase, pois só pisando em Kuna Yala é possível entender e acreditar no que eu tentei colocar nesse post:


“San Blás é aquele tipo de destino que quando você descobre não quer contar pra ninguém. Medo de que acabem com tudo, que transformem em mais um refúgio para milionários ou produto de turismo de massa. 

Caribe. Areia branca, coqueiros, água cristalina (que com a luz do sol lhe mostra todos os tons azúis e verdes da Faber-castell 48 cores ou das palhetas do Photoshop com todas as suas variantes)... 

Portanto prepare-se porque você não só vai conhecer um dos lugares mais lindos do mundo, como vai encontrar ricas cultura e história, de um povo símbolo de legitimidade e resistência.”


Se tiver a oportunidade de conhecer, não pense duas vezes.

domingo, 21 de março de 2010

E os ventos sopraram a favor...


Na última semana tive a oportunidade e o prazer de conversar com o CEO da empresa em que estou. Na reunião estavam os outros 3 trainees que trabalham comigo – Juan de Porto Rico, Burak da Turquia e Tiago, parceiro do Brasil – além de alguns diretores e gerentes de marketing. A pauta era a nossa satisfação na companhia em relação às nossas expectativas, ou seja, teoricamente tínhamos muito que falar.  Teoricamente porque não foi preciso, ele nos disse exatamente o que gostaríamos de ouvir.

O Luís Roberto morou no Brasil por 3 anos como diretor de marketing, fala português e é super acessível. Em oito anos de carreira na empresa se tornou CEO e controla as operações em três países: Costa Rica, Honduras e Nicarágua. Com ele nada de cerimônias, eu falo em espanhol, ele me responde em português e assim praticamos os idiomas!

Para a minha surpresa ele conhecia a AIESEC há 10 anos e foi logo nos dizendo o quanto acreditava no potencial das pessoas e que para ele, deveríamos estar inseridos como responsáveis dentro de projetos que sejam relevantes para a empresa. Nos perguntou como estávamos, o que estávamos fazendo e sem precisar pedir ele foi logo nos delegando projetos pelos os quais seremos responsáveis a partir de agora.

No meu caso (e essa foi outra surpresa!) fiquei responsável pelo lançamento de uma nova marca nos países da América Central e Caribe – sem muitos detalhes pela confidencialidade, o projeto é bem dinâmico e vai envolver uma série de mídias distintas em mais de 10 países. Essa responsabilidade me deu um ânimo e renovou a energia para continuar por aqui! Paralelo a este projeto continuo conduzindo as promoções da divisão de varejo para os mesmos países – muito trabalho pela frente!

Continuando a onda positiva, ganhei também um concurso da empresa. Eles estão lançando uma newsletter trimestral para os países da região que fazemos parte e pediram aos funcionários que sugerissem o nome. Mandei algumas idéias e acabei ganhando um fim de semana all inclusive em um resort na costa do Pacífico :) Reservas já efetuadas, dia 16 de abril embarco nessa!

Melhorias no lado profissional, melhorias no lado pessoal! Afinal, ambos se complementam e não se distinguem completamente. Estou mais otimista, conhecendo novas pessoas, com viagens planejadas e mais adaptado à rotina costa ricense. Sexta feira embarcamos para a Cidade do Panamá e de lá vamos para San Blás, um arquipélago de 365 ilhas no Mar do Caribe que vai me fazer desligar de tudo e de todos por dois dias. No próximo post notícias e fotos dessa viagem que promete!