domingo, 21 de março de 2010

E os ventos sopraram a favor...


Na última semana tive a oportunidade e o prazer de conversar com o CEO da empresa em que estou. Na reunião estavam os outros 3 trainees que trabalham comigo – Juan de Porto Rico, Burak da Turquia e Tiago, parceiro do Brasil – além de alguns diretores e gerentes de marketing. A pauta era a nossa satisfação na companhia em relação às nossas expectativas, ou seja, teoricamente tínhamos muito que falar.  Teoricamente porque não foi preciso, ele nos disse exatamente o que gostaríamos de ouvir.

O Luís Roberto morou no Brasil por 3 anos como diretor de marketing, fala português e é super acessível. Em oito anos de carreira na empresa se tornou CEO e controla as operações em três países: Costa Rica, Honduras e Nicarágua. Com ele nada de cerimônias, eu falo em espanhol, ele me responde em português e assim praticamos os idiomas!

Para a minha surpresa ele conhecia a AIESEC há 10 anos e foi logo nos dizendo o quanto acreditava no potencial das pessoas e que para ele, deveríamos estar inseridos como responsáveis dentro de projetos que sejam relevantes para a empresa. Nos perguntou como estávamos, o que estávamos fazendo e sem precisar pedir ele foi logo nos delegando projetos pelos os quais seremos responsáveis a partir de agora.

No meu caso (e essa foi outra surpresa!) fiquei responsável pelo lançamento de uma nova marca nos países da América Central e Caribe – sem muitos detalhes pela confidencialidade, o projeto é bem dinâmico e vai envolver uma série de mídias distintas em mais de 10 países. Essa responsabilidade me deu um ânimo e renovou a energia para continuar por aqui! Paralelo a este projeto continuo conduzindo as promoções da divisão de varejo para os mesmos países – muito trabalho pela frente!

Continuando a onda positiva, ganhei também um concurso da empresa. Eles estão lançando uma newsletter trimestral para os países da região que fazemos parte e pediram aos funcionários que sugerissem o nome. Mandei algumas idéias e acabei ganhando um fim de semana all inclusive em um resort na costa do Pacífico :) Reservas já efetuadas, dia 16 de abril embarco nessa!

Melhorias no lado profissional, melhorias no lado pessoal! Afinal, ambos se complementam e não se distinguem completamente. Estou mais otimista, conhecendo novas pessoas, com viagens planejadas e mais adaptado à rotina costa ricense. Sexta feira embarcamos para a Cidade do Panamá e de lá vamos para San Blás, um arquipélago de 365 ilhas no Mar do Caribe que vai me fazer desligar de tudo e de todos por dois dias. No próximo post notícias e fotos dessa viagem que promete!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Encontros e despedidas


“O trem que chega é o mesmo trem da partida.
 A hora do encontro é também de despedida.”
Alguns que acompanham meu blog devem se lembrar de um post que fiz sobre os dias que passei em Bocas del Toro, uma ilha no Panamá onde passei meu Ano Novo. Nesse post comentei o quanto tinha sido gratificante ter passado alguns dias ao lado de amigos que reencontrei por aqui e ter conhecido outros brasileiros que eu mal imaginava o quanto se tornariam parte da minha experiência aqui na Costa Rica. Realmente não imaginava...


Do dia 4 de janeiro, data em que saímos de Bocas e nos dividimos entre Costa Rica e Panamá, até o dia de hoje, pouco mais de dois meses se passaram. Se pensarmos bem, não é tanto tempo para se construir uma amizade intensa, mas acho que essa afirmação vai por água abaixo quando a saudade e a distância de casa aproxima de forma inexplicável as pessoas que estão buscando seu lugar ao sol em países diferentes, imersas em uma cultura distinta em um ambiente ainda pouco explorado.


E assim foi com a gente: brasileiros que sem saber ao certo o que seria do Ano Novo no Caribe, acabaram se identificando e construindo uma amizade que atravessou a fronteira entre Panamá e Costa Rica (e olha que são 17 horas de bus sendo três dessas na imigração rsrs) e nos proporcionou momentos tão divertidos que agora estão na memória de alguns que já voltaram ao Brasil, outros que irão e aqueles que optaram por um período mais longo, seja na CR ou no Panamá, como é o meu caso. 


E assim tem sido os últimos dias por aqui...um clima diferente,  marcado por despedidas que ao mesmo tempo em que afastam as pessoas trazem a expectativa de um reencontro no Brasil (Salve Diamantina 2011!). Provavelmente esse reencontro não será regado a reggaetón, ron com coca e o calor panamenho ou costa ricense, mas certamente a diversão e a consideração que criamos uns pelos outros vai ser a mesma. 


Agora só tenho a agradecer a esses amigos que passaram por aqui e fizeram com que os nossos dias fossem mais agradáveis, muitas vezes cômicos, algumas vezes inusitados, mas poucas vezes tristes. Certamente não vamos esquecer do Ano Novo comemorado 10 minutos antes do que realmente seria (se lembram disso ou não haha?), do nosso amigo que resolveu levar um laptop para uma ilha, de um albergue no meio do Mar do Caribe que balançou com o samba brasileiro, de um “carnaval” que na verdade era desfile de cavalos, de uma mineira peladinha (imagina gente!) ou das noites repletas de Balboa ou  Pilsen 6.0 respectivamente na casa da Cintia e do Breno no Panamá ou no nosso apê aqui na Costa Rica.

A gente continua a saga pela América Central, mas no fim do ano nos esbarramos no Brasil – seja em Goiânia, São Paulo, Vitória, Campinas, Ribeirão Preto, BH, Porto Alegre, Maringá, Criciúma, Itajubá ou Brasília – países tão pequenos como o Panamá e a Costa Rica nos fizeram encontrar e não vai ser na imensidão do Brasil que vamos nos perder. 

Grande abraço!
P.S – esse post vai para Larissa, Aline, Stefanie, Joana, Amanda, Cecília, Daniel, Rogério, Marcelinha, Natália, Giordano, Thaís, Raíssa, Vinícius e Camila.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nas ondas do intercambio



3 meses já se foram. Na prática isso significa que  ¼ do meu intercâmbio na Costa Rica já passou e confesso que esta tem sido a fase mais difícil até o momento. Entrei na AIESEC em 2005 e desde então sempre escutei falar sobre os gráficos comportamentais durante a fase de intercâmbio. Mais do que isso, não apenas escutei, como assisti, presenciei e proporcionei que diversas pessoas pudessem viver a experiência que eu vivo nesse momento. Foram 4 anos trabalhando para gerar o que chamamos de Life Changing Experience – onde quer que seja.

Mas ter escutado, assistido, presenciado e proporcionado é bem diferente de estar. Ultimamente os dias por aqui têm sido mais longos, os momentos de nostalgia ficaram mais freqüentes, a vontade em voltar para casa é quase constante e os questionamentos sobre as escolhas que fiz e farei são cada vez mais recorrentes. O humor se altera, a energia diminui, os lugares não têm tanta graça e o desconhecido deixa de ser novidade. Estranho isso... Estranhas essas reações sabendo que elas não faziam parte do meu cotidiano quando ainda estava no Brasil.

Na última semana resolvi visitar os blogs de outros intercambistas, pessoas que como eu resolveram sair de casa e viver uma experiência profissional no exterior. Deveria haver alguma coincidência... No blog da Tássia, uma amiga de BH que atualmente está na Polônia, me reencontrei com as curvas do intercâmbio, que ela descreveu detalhadamente em um post que me fez entender, assim como ela, onde eu me encaixava nestes três meses. 


E não é que o criador da chamada "curva dos choques culturais", o antropólogo Kalervo Oberg, por volta de 1960,conseguiu descrever os altos e baixos que passamos quando expostos aos diferentes ambientes e costumes?!

De acordo com o gráfico, me encontro na fase de Hostilidade (pesado né) – estranhando, sentindo falta, questionando, negando, confrontando, encarando... Quantos ¨ando¨!

E como ando... Ando porque ainda faltam nove meses, porque foi fruto da minha própria escolha. Ando porque querendo ou não esses momentos de instabilidade me deixarão mais preparado para o que ainda virá. E, sobretudo, ando ao saber que é uma fase, que vai passar e que a tendência é de melhora, se eu fizer por onde. E essa é a idéia!

 “Experiencia es lo que obtienes, cuando no obtienes lo que quieres”.
E assim continuamos a trajetória por aquí!

P.S - Obrigado Tassinha pela contribuição!