Já se vão quase dois meses que cheguei na Costa Rica – as vezes a sensação é de que o tempo tem passado rápido, outras, de que ainda faltam mais 10 meses pela frente e o relógio não se move...sim, um mix que varia de acordo com as ocupações que tenho no dia-a-dia.
Nesse tempo que estou aqui, tenho observado aos poucos como os ticos (nativos) se comportam, como a sociedade se organiza e como nós (os de fora) reagimos a tudo isso. Algumas coisas já estou acostumado, outras, confesso que tenho me esforçado para tal.
- O trânsito
Eu ainda nao estive na Índia para presenciar e viver aquela loucura que todos relatam ao chegar no país em relação ao trânsito – bicicletas, vacas, elefantes, rickshaws, carros, caminhões, pedestres, enfim – todos dividindo o mesmo espaço nas ruas da cidade (não sei se as ruas da Índia têm nomes, daqui a pouco falamos sobre isso).
Aqui na Costa Rica o caos não é tanto – nada de animais, poucas motos, poucos pedestres atravessando as ruas. O lance é que existem muitos carros e muitos, muitos ônibus, ou busetas, de diferentes estilos pela cidade. Isso faz com que as ruas estejam quase sempre congestionadas e um percurso que demoraria 10 minutos normalmente, dura quase 1 hora alguns dias. Saudade do metrô de Sampa! Ah, uma coisa é comum a Índia: buzinas! Como buzinam...as 5 da manhã já se ouve o primeiro impaciente que buzina até quando nao há ninguem na sua frente.
- As busetas
Amarelas, azuis, brancas, vermelhas...estão em toda parte e são o principal meio de transporte que liga os bairros (aqui chamados cantons), cidades e alguns países da América Central. Na maior parte das vezes não são nada confortáveis, eu mesmo voltei de Bocas del Toro no Panama até San Jose – 8 horas de viagem – em um ônibus pior que os coletivos no Brasil.
É comum por aqui vendedores, pastores e artistas de rua interromperem seu sono quando volta para casa (sim, durmo todos os dias com o trânsito). Eles cantam, vendem calendários, doces e pregam a palavra de Deus em uma altura que Ele deve ficar incomodado.
Para controlar a entrada e saída dos passageiros eles utilizam um sensor que até agora eu nao consegui entender como funciona, anyway. Se vier a Costa Rica, não pare em frente ao sensor, mesmo que seja para pagar a passagem ao motorista – ele vai te xingar.
Uma vantagem é que o transporte público é extremamente barato e nosso salário é mais do que suficiente para conhecer o que está ao nosso redor. Uma passagem local custa 200 colones (80 centavos) e uma ida a Cidade do Panamá sai por 50 reais.
- A política
Aqui os costa ricenses estao a menos de 1 mes das eleições presidenciais, entonces, tudo o que se ouve nas rádios e se vê na TV está relacionado às campanhas eleitorais. Não vou entrar em detalhes sobre o marketing político pois teremos um post a parte (eu e o Tiago vamos escrever em breve). Existem dois vice presidentes aqui, e ao perguntar porque, dizem que se o presidente morrer, tem o vice, que se por acaso morrer, já tem outro no lugar haha! Fico me perguntando a job desse segundo vice nos 4 anos de presidência!
- Os pontos cardeais, as ruas sem nomes
Ah gente, isso é complicado. No Brasil estamos mal acostumados rsrs. Ruas, avenidas, túneis – todos com nomes certo? Aqui na CR nao. Alguns dizem que as ruas sim tem nome, mas o governo não investe em sinalização então não sabemos os nomes e muito menos onde estamos.
A referência oficial aqui são os metros e os pontos cardeais, vou explicar. Cada quadra, segundo eles, tem 100 metros. Se eu quero sair da minha casa para ir ao shopping tenho que caminhar 100 metros a leste, 400 metros ao sul. E para explicar onde eu moro...no way! Nunca sei onde estou e para onde vou. Fomos a uma festa semana passada que tinha a seguinte referência:
¨Oeste do cemitério Tivas (um bairro aqui), 300 metros, útima casa amarela ao lado de um lote vago¨
Imaginem isso! Os taxistas aqui sao ninjas hehe! Aos poucos vou me localizando...
Mesmo com todos os aspectos confusos à minha percepção, a Costa Rica tem um povo feliz, o povo mais feliz do mundo. Eu já havia lido isso antes de chegar aqui, se não me engano na Wikipedia, mas essa semana recebi um artigo do New York Times legitimando a informação. Nao sei ao certo a metodologia utilizada na pesquisa, mas a Costa Rica tem a população mais feliz do mundo, confiram:
Se quiserem também ler mais curiosidades sobre o transporte e as formas de se localizar na CR, o Tiago também fez um post bem massa: ¨Traga seu mapa e sua bussola¨
Até o próximo post!