Como comentei em meu último post, vim para a Cidade do Panamá na última segunda feira visitar alguns amigos brasileiros. A viagem foi bem longa, 17 horas de ônibus sendo que 3 destas parados na fronteira enquanto apenas uma pessoa atendia a mais de 100 pessoas que ali estavam. O ônibus era confortável (como os Cometas que ligam SP-BH) e um detalhe interessante – prezam pela higiene do veículo haha!
Assim que embarcamos, o motorista veio dar o seguinte aviso: “ Temos no veículo um banheiro, disponível apenas para líquidos e por favor respeitem. Caso contrário nossa viagem será difícil. Caso queiram realizar necessidades sólidas, me avisem...iremos parar e esperar até que termine.”
Fiquei imaginando a seguinte cena: “Motorista, preciso fazer sólidos, por favor, pare”! E todos esperariam... Imaginem o que as pessoas do ônibus diriam depois que você retornasse... Nem quis arriscar!
Esse foi meu primeiro Natal longe de casa, longe da família. Bateu aquela saudade, sobretudo ao falar ao telefone quando no Brasil já era quase meia noite, mas isso não fez do nosso Natal pior, pelo contrário, tentamos aproveitar ao máximo a ocasião aqui no Panamá.
Nos reunimos na casa da Cintia, uma amiga do Brasil - como é bom reencontrar as pessoas que gostamos - encomendamos comida chinesa e cada um trouxe bebidas de seus países – Brasil, Coréia, Panamá, França, Venezuela e Colômbia (imaginem a mistura :) )! Ao final teve até brigadeiro, uma experiência diferente ao lado de pessoas que não se conhecem muito bem, mas que a distância de casa nos aproxima uns dos outros!
Aos meus amigos e familiares, desejo um Feliz Natal, muita paz, saúde e um mundo melhor em 2010, repleto de energias positivas e realizações! Espero reencontrá-los em 2010, seja no Panamá, Costa Rica, Brasil ou pelo mundo afora.
Quarta embarco para o Caribe...próximo post promete!!!
Ontem completaram-se 30 dias que cheguei aqui na Costa Rica - um país que aos poucos estou aprendendo a gostar, que tem me feito questionar algumas escolhas e tem me colocado mais próximo da natureza já que em São Paulo isso raramente ocorria. Tenho a sensação de que esses 30 dias passaram rápidos e ao mesmo tempo, olho para frente sem a mínima noção do que virá pela frente nos outros 11 meses que me restam por aqui. E acho que é assim que tem que ser, deixar-se levar por uma série de novas experiências que têm me proporcionado conhecer, sem planejar, muitas coisas que até então não imaginava.
A vida por aqui está de certa forma mais consolidada – no trabalho desafios pela frente em meio a metas e projetos que irão demandar bastante esforço. Em casa, ainda sem internet, o porto riquenho que vive comigo já dá sinais de bom humor, as vezes sorri e diz bom dia quando acorda e me encontra na cozinha. Ah, alguns dias atrás eu encontrei uma TV usada no guarda-roupas e agora temos o que assistir nas noites que antes eram bem silenciosas. A programação não é das melhores, mas me divirto nos concursos de cumbia e salsa que rolam diariamente, tem também “Os Simpsons” e novelas brasileiras, em espanhol - imaginem! Estou também aos poucos conhecendo mais pessoas – AIESEC, couch surf, Novartis e outros círculos de amizade que contribuem para que a experiência seja a melhor possível.
Alguns dias atrás houve a festa de Natal da empresa e decidiram fazer a festa em estilo country. Achei engraçado e perguntei o porquê, mas não havia um motivo em si, apenas uma forma de tornar o ambiente mais divertido e por isso, encarnei o vaqueiro e fui a caráter, fui até no touro mecânico depois de algumas cervejinhas!
Tive também a oportunidade de conhecer Poás – um parque que abriga um vulcão com o mesmo nome e que tem a segunda maior cratera do mundo. Não dá para descrever por aqui a sensação, só visitando e aguardando alguns minutos até que a neblina se desfaça e te permita presenciar algo único, PURA VIDA!
A equipe brazuca ficou maior por aqui nos últimos dias - agora somos 6! Itajubá (2), Ribeirão Preto (2), Brasília (1) e em breve chega o Tiago de Curitiba que irá trabalhar na mesma divisão que eu. Não estamos muito perto uns dos outros, mas na medida do possível nos encontramos. É sempre bom ter pessoas do mesmo país por perto!
Agora eu estou de férias (sim, depois de 1 mês eu mereço hehe) e amanhã mesmo embarco para a Cidade do Panamá onde irei visitar dois grandes amigos – a Cintia que fez parte da diretoria nacional da AIESEC comigo e o Parafa de Campinas. Vamos passar Natal juntos e de lá saímos para Bocas Del Toro no Caribe onde passaremos a virada do ano com mais 15 brasileiros – réveillon ou carnaval?! :) Detalhes no próximo post...
Depois de três semanas por aqui, começo a me adaptar ao estilo de vida e a rotina diária que me propus a viver neste 1 ano que ficarei na Costa Rica. Engraçado foi perceber isso quando saí do supermercado e reparei que carregava uma sacola de tortillas, ovos e molho chipotle, ou seja, meus hábitos estão realmente mudando!
Todos os dias acordo às 6:30 da matina, tomo meu banho, me arrumo e às 7 tenho que bater na porta do quarto do Juan, o porto riquenho com quem divido o apê e insistir para que ele acorde, pois caso contrário, o cara dorme o dia todo. Faço essa boa ação todos os dias.
O café da manhã ainda está tipicamente brasileiro – pão de forma, frios, cereais, leite e suco de laranja (o mais barato por aqui, pois as demais frutas em polpa são bem caras). Todas as manhãs por volta de 7:30 a Julie, uma das gerentes da empresa passa por aqui e nos dá carona até o trabalho.
Confesso que nos últimos dias no trabalho tenho ficado boa parte do tempo ocioso, sem muito que fazer e de certa forma perdido em relação ao que esperam de mim. Como a pró-atividade é uma das características básicas para aqueles que se propõem viver uma experiência internacional, resolvi me colocar a disposição para ajudar os gerentes e diretores, o que me permite entender diversos processos que envolvem desde a construção de uma simples planilha até o complexo lançamento de um novo produto que acaba de chegar na América Central. Numa dessas, tive a oportunidade de conhecer a Young&Rubicam daqui e participar da aprovação do budget publicitário para 2010 – quanta diferença quando se faz comunicação com verba hehe, tinha até me esquecido!
Trabalho de segunda a sexta, entre 8 e 17 horas – as pessoas da Novartis são super atenciosas e divertidas. Quem cuida do bem estar dos funcionários é a Patricia, uma simpática senhora que nos brinda todos os dias com frutas frescas e café quente! Outra coisa que me deixa bem feliz é a máquina mega multi funcional que tem café, leite quente, cappuccino, chocolate quente e outras bebidas que me ajudam a matar o sono que sempre bate depois do almoço. E sem falar que temos um Wii no lounge da empresa, bom para aliviar o stress hehe!
Ah almoço...isso tem sido um problema! Comida aqui é bem cara, cerca de 9 dólares um prato executivo e por isso muitas vezes acabo em restaurantes fast food, então revezo entre saladas, sanduíches, pizzas e tacos, assim diminui a sensação de que só estou comendo porcaria. Os jantares eu mesmo tenho feito em casa e aí sim, faço coisas decentes!
A volta para casa depois do trabalho é uma viagem (e olha que para quem morava em São Paulo até três semanas atrás, isso parecia normal). Pego um ônibus (não são as busetas heredianas) que se chama Periférica, daí vocês imaginam. É como um circular e por isso gasto cerca de 1hra e 15min todos os dias até chegar a San Pedro, distrito em que moro. Na maior parte das vezes durmo ao som das salsas e merengues que tocam nas rádios daqui.
Bom, nos fins de semana tenho tentado conhecer novos lugares e pessoas – é incrível como em 2 horas de conversa você faz amizades com pessoas tão diferentes mas que estão aqui na mesma situação que eu: adaptando-se a diversidade em todos os sentidos, tentando tirar o melhor e aprender com cada situação, por mais adversa que sejam. Praias, vulcões, montanhas, salsas e churrascos “brasilamericanos” regados a cerveja Imperial (típica daqui) têm sido os programas mais comuns. Vamos ver o que será a programação nesse que se aproxima. Mais notícias em breve...
Na semana em que acontece o COP 15 em Copenhague na Dinamarca – encontro organizado pela ONU que reúne as lideranças de 192 nações para discutir e talvez chegar a um acordo comum para redução do aquecimento global – a sustentabilidade entra como o principal assunto em pauta em grande parte dos veículos de comunicação espalhados pelo mundo, alguns por que realmente acreditam e defendem o tema, outros por conciliar interesses políticos e, sobretudo monetários.
Desde que eu cheguei à Costa Rica, há pouco mais de duas semanas, tenho observado bastante o que se faz por aqui em relação à sustentabilidade, sobretudo ambiental, já que se trata de um país que mesmo sendo menor do que o estado de São Paulo abriga em seu território 4% da biodiversidade do planeta. Isso mesmo, 4%!
Minha primeira percepção vem do ambiente de trabalho – aqui não se fala no assunto e o consumo de alguns recursos é feito sem nenhuma recomendação ou tentativa de educação ambiental aos colaboradores: papel, energia, água, tinta, enfim... Vejo aqui uma boa oportunidade para impactar as pessoas que estão ao meu redor neste 1 ano que permanecerei no país – acredito muito que uma pequena iniciativa como essa pode sim modificar atitudes e quem sabe ser reproduzida por aí! (Dou notícias disso depois).
Indo além do ambiente de trabalho, tenho reparado nas ruas e nos hábitos dos moradores, sem generalizar. Por aqui não há coleta seletiva (pelo menos não vi até este momento), poucas lixeiras estão espalhadas pela cidade de San Jose e algumas vezes se esbarra com esgotos abertos pelas ruas. Perguntei a um dos meus vizinhos se não poderíamos separar o lixo e ele me respondeu: “Poderíamos, mas para que? Tudo irá para o mesmo lugar!”.
Mesmo depois dessa resposta o meu otimismo se manteve e resolvi buscar informações mais detalhadas sobre o assunto, afinal, deveriam existir pessoas por aqui que se preocupam e querem contribuir de alguma forma para um mundo melhor.
Descobri que a Costa Rica é um exemplo para muitos países quando o assunto é turismo sustentável – vejam sobre o Programa de Certificação para a Sustentabilidade Turística (CST)- o modelo adotado aqui já está sendo “exportado” para outras nações. Curioso é que grande parte dos hotéis que adotam o modelo são de pequeno porte e as grandes redes hoteleiras ainda não se convenceram de que as práticas sustentáveis vão ser benéficas para o negócio e conseqüentemente para os clientes...espero que não demorem a enxergar o planeta pela ótica da sustentabilidade.
Outro fato interessante é o Programa Viagens Limpas, que permite aos passageiros compensar as emissões de gases de efeito estufa liberadas em seus vôos pagando por atividades de conservação de florestas. Até 2008 quase 700 pessoas tinham contribuído, 30% de costa riquenhos e o restante turistas de diversas partes do mundo.
Em relação às áreas de preservação ambiental do país, li sobre o “Sistema de Pago por Servicios Ambientales”, por meio do qual se recompensa economicamente os proprietários de bosques e terrenos florestais que executem projetos de conservação, regeneração natural e reflorestamento.
Essas são apenas algumas curiosidades que pesquisei sobre o assunto e achei interessante compartilhar. Muitas iniciativas como essas existem, porém, são ainda desconhecidas e pouco difundidas para a população em geral – talvez por isso não sejam tão visíveis e colocadas em prática de forma simples e é disso que tenho sentido falta por aqui. Atitudes simples e que por menores que sejam irão colaborar para o bem comum, aqui na Costa Rica e no restante do planeta.
Algumas iniciativas que acredito e estão mobilizando pessoas em torno:
Enquanto os líderes discutem em Copenhague - e provavelmente as respostas irão demorar certo tempo para se traduzirem em ações práticas que beneficiarão o futuro do planeta - cada um de nós deve ir fazendo a sua parte! como pode!
P.S - Vídeo de abertura da COP15, vale a pena parar 4 minutos para assistir:
Confesso que quando pensei neste título para o segundo post que escrevo aqui da Costa Rica fiquei um pouco preocupado. A primeira coisa que pensei foi na possibilidade do Google bloquear os meus updates no Orkut e colocar aquela mensagem do tipo - “Este conteúdo é inapropriado para menores de 18 anos, deseja prosseguir?” – para aqueles que visitassem o meu blog. Resolvi arriscar assim mesmo!
Pintos, busetas e boquete – não, não é nada disso que você está pensando J Desde que cheguei aqui algumas palavras habituais aos ticos (como são chamados os nativos da Costa Rica por utilizarem as palavras no diminutivo, como um poquitito por ex.) me tiram a seriedade em meio a conversas que supostamente eu deveria estar atento, concentrado. Alguns exemplos e para aqueles que me conhecem, logo irão imaginar a minha reação ao escutar J :
- “Mi gustaria um pinto com huevos!”
- “Vamos tomar una buseta, rápido!”
- “Mi voy tomar una buseta en la noche.”
E se já não bastasse, hoje me disseram: “Usted va en Panama? Tiene que conocer lo Boquete!”
Como disse, não era o que estavam pensando...Pinto, ou Gallo Pinto como mencionei no primeiro post, é a comida mais típica para o café da manhã aqui na Costa Rica, uma mistura de arroz com feijão que temos as opções de pedir com ovos, carne de boi, frango ou presunto. As busetas são os micro ônibus que circulam o país entre uma província e outra, como “Las Busetas Heredianas” que ligam San José a Heredia. Finalmente o tal do Boquete – um vilarejo localizado na fronteira entre Costa Rica e Panamá e que muitos optam por passar a noite lá quando o serviço de imigração está fechado. Abaixo algumas fotos que comprovam os fatos! Se fosse no Brasil a interpretação era outra...
Nos últimos dias coisas interessantes ocorreram por aqui. No fim de semana fui com um amigo do Brasil, sua namorada, um americano maluco e o turco que citei anteriormente para Manuel Antônio – trata-se d e uma pequena cidade a 2 hrs de San Jose que abriga um Parque Natural sensacional, cercado pelo oceano Pacífico. Depois de uma baladinha no sábado a noite na qual foram-se embora todos os colones (moeda local) que eu tinha no bolso, pegamos um taxi para casa e quando meus amigos subiram para pegar a grana... Bienvinido a Costa Rica! O motorista do táxi simplesmente roubou o meu boné, me empurrou do carro e fugiu. No outro dia me disseram – “Vc teve sorte que ele não fez nada pior!” 6 dólares em troca do boné, assim foi pago o taxista que provavelmente vendeu o mesmo boné por 10 dólares na praia no dia seguinte.
Ah, e lembram-se do turco, aquele gente fina do último post?! Pois é, o gente boa resolveu sair do apartamento que dividíamos sem dar muita explicação. Trocou de lugar com o Porto Riquenho que morava ao lado. O cara é bem fechado, não sorri e até agora foram poucos os diálogos, o que tem contribuído bastante para a nostalgia que se instala por aqui em alguns dias da semana, sobretudo domingo – até o Faustão faz falta nessas horas. O Lombardi então, vai fazer prá sempre agora...
No trabalho, a semana começou um pouco confusa, sem jobs definidas e muitas horas ociosas na empresa , mas hoje o cenário mudou. Recebi a notícia que serei responsável por garantir que as estratégias de promoção da empresa em 2010 sejam executadas em todos os países da América Central e Caribe – imaginem mais de uma dezena de produtos que são produzidos em diferentes continentes, têm as embalagens e os encartes impressos na Costa Rica, o brinde promocional comprado em Cingapura e o empacotamento realizado no Panamá – são basicamente esses os processos que terei que garantir e mensurar o impacto da promoção nas vendas – salve salve Excel e skype!
Nas próximas semanas outros brasileiros chegam por aqui e já começamos a programar a virada do Ano no Caribe, we`ll rock! Antes disso, Natal, ainda sem a mínima idéia do que será e sem nenhuma possibilidade do Papai Noel passar por aqui com presentes, foi-se o tempo... Antes disso, novos updates virão! Abs.
Apaixonado por viagens, pessoas e culturas. Vivendo um dia de cada vez, feliz e intensamente!
"Os barcos estão seguros se permanecem nos portos. Mas não foram feitos para isso."